domingo, 22 de janeiro de 2012

Fogo Cruzado



        Filhos têm prejuízo muito antes da separação dos pais

   O impacto da separação conjugal na vida dos filhos começa muito antes da ruptura entre marido e mulher. Em um estudo pioneiro. o sociólogo Yongmin Sun, da Universidade de Ohio (EUA), comprovou os efeitos negativos sobre o aprendizado e o comportamento de adolescente americanos pelo menos um ano antes do divórcio.
   No período, houve queda nas notas de matemática e dificuldade de compreensão de texto, ao mesmo tempo que aumentaram os dias de ausência, o atraso no horário de chegada e o envolvimento com problemas disciplinares, incluindo briga com os colegas.
   Publicado na última edição da revista científica Journal of Marriage and Family,o levantamento abrangeu 10.088 estudantes, com faixa etária média de 16 anos, entrevistados em dois momentos. Num intervalo de dois anos, os pais de 798 deles se divorciaram. Sun examinou a diferença de comportamento antes e depois, em relação aos alunos cujas famílias se mantiveram estáveis.
   De acordo com o pediatra e terapeuta Eugênio Chipkevitch, diretor do Instituto Paulista de Adolescência, as separações arrastadas costumam ser as mais problemáticas. " O último ano é terrível, pois aumentam as brigas e os filhos se sentem num clima de terror, que só ameniza com o fim do casamento, de certo modo um alívio para muitas "crianças", explica a psicóloga Magdalena Ramos, coordenadora do Núcleo de Casal e Família da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. O psiquiatra Içami Tiba, também de São Paulo e especialista nessa faixa etária, alerta para o perigo daquelas situações em que os pais relutam em se separar e esquentam, a cada dia, a temperatura da agressão e o desrespeito mútuo. A pesquisa americana mostra onde começa o problema com os filhos: no afastamento dos pais das atividades cotidianas deles, na escola ou na vida social. Exatamente o elo que não deve ser perdido para quem busca evitar os melefícios para a garotada.

                                                                                                                                                                                         Fonte: Revista Veja

0 comentários:

Postar um comentário