quarta-feira, 6 de junho de 2012

Supervisionar é uma coisa, Superproteção é outra,completamente diferente.


Sabe aquelas mães e todos os agregados da família que ficam o tempo todo ao lado da criança, segurando a mão, não deixando ela cair, se levantar sozinha? A cena é muito comum, porém, a má notícia é que eles não sabem que estão prejudicando e muito o desenvolvimento motor da criança. Se a criança tropeça muito, não corre tanto quanto deveria para a idade, tem dificuldades em subir degraus ou sentar, atenção! Alguma coisa está errada e é hora de procurar um especialista.

A superproteção familiar impede que as crianças conheçam e se aventurem pelo mundo por conta própria. Uma das causas desse zelo excessivo é o medo de expor os filhos em situações de risco. Com isso, pais e familiares passam a acompanhar cada passo desta criança, que fica “presa” em uma redoma de vidro, colocando em risco seu desenvolvimento motor. Este monitoramento exagerado inibe vivências e experiências próprias da idade, relevantes para o crescimento saudável. “Superproteção é diferente de supervisão”, alerta a fisioterapeuta Fernanda Davi, especialista em fisioterapia infantil.

Filhos únicos, bebês prematuros ou adotivos também são fortes candidatos a sofrerem superproteção. Se pensarmos que o número de casais hoje com apenas um filho aumenta a cada dia, a quantidade de crianças que vão andar mais tarde ou se desenvolver de forma lenta também só tende a crescer. Por conta disso, as crianças estão desaprendendo as brincadeiras tradicionais, que até algum tempo atrás eram primordiais no desenvolvimento e na evolução motora.

Segundo Fernanda, além do atraso motor, outras consequências devem ser levadas em consideração, como perda de personalidade, medo de enfrentar situações diferentes, dificuldade de relacionamento com outras crianças, reclusão, falta de iniciativa. “Pequenos gestos já sinalizam a falta de desenvolvimento, como por exemplo, quando a criança tem falta de equilíbrio, tropeça muito, não corre, tem dificuldades em subir degraus, sentar”, explica, ressaltando que “não existe criança preguiçosa, se ela não está querendo brincar alguma coisa está acontecendo com ela”, afirma.