Gostar de si próprio é a chave que abre as portas da felicidade e do sucesso.Quem já não ouviu as frases
"Fulano está de mal com a vida ou " Beltrano não gosta nem dele próprio", significando que essas pessoas têm uma maior visão negativa de tudo o que acontece consigo ou ao seu redor? Amar a si mesmo é a base de tudo que é bonito e importante na vida, pois é alicerce da responsabilidade e da alegria. Ciente de seu valor,a pessoa se torna autoconfiante, tem uma identidade própria, independe do que os outros pensam ou falam a seu respeito.
É fundamental para a auto-estima dos filhos o conceito que os pais tenham de si próprios. Se se consideram vencidos, derrotados, desestimulados, incapazes, como poderão transmitir garra, vontade de viver e vencer, persistência, determinação e outros valores necessários ao sucesso? Gostar de si mesmo não pode ser confundido com o complexo do pavão-a pessoa que quer ser o centro de tudo e que pensa que o mundo gira ao seu redor.Gostar de si mesmo significa respeitar a si e aos outros, desfrutar a vida sem remorsos, conhecer as próprias capacidades e limitação, defender-se, e até atacar, se necessário,ter confiança, perdoar-se, não ter medo de aprender, de crescer e de mudar e, sobretudo, de amar a si próprio e aos outros. Como as crianças aprendem a maior parte das coisas por exemplo e pela imitação,é essencial para a formação da auto-estima e da identidade de cada uma, que os pais a tenha em nível elevado.
Crianças com auto-estima elevada têm maior aproveitamento escolar,raciocínio e claro, são mais competentes, ávidas por novas experiências, alegres, comunicativas, amistosas, otimistas,entrosam facilmente suas idéias, sentimentos e desejos, contestam respostas inconclusivas, podem ser brincalhonas e bagunceiras e se consideram inteligentes e competentes. As crianças com uma auto-estima ruim são pouco ativas, tímidas, arredias, tristes, deprimidas, passivas, ansiosas,fogem do convívio social, não gostam de mudanças, temem enfrentar situações novas,não aceitam bem as brincadeiras e as gozações,são dispersivas, têm dificuldade de concentração, preocupam-se têm dúvidas quanto à capacidade de resolução de problemas, buscam ajuda com frequencia, acham-se ''burras'', fogem das tarefas que lhes são atribuídas pelo receio de falhar. Como mecanismo de fuga, mentem, apelam para o engodo a rebeldia e a resistência passiva. A reação mais comum da criança com baixa auto-imagem é dizer ''não vou conseguir..'', ''está muito difícil '', '' nem vou tentar..'' .
Pode-se conseguir que uma criança com baixa estima passe a se tornar segura, confiante e bem sucedida, efetivando-se, principalmente, duas mudanças no ambiente familiar. A primeira,reduzindo, ou abolindo, o uso de comentários depreciativos, humilhantes, vexatórios em relação à criança. A segunda, aumentando as recompensas e diminuindo as punições. Recomenda-se que a uma punição correspondem, no mínimo, cinco recompensas. No início, a criança ficará surpresa, e mesmo desconfiada com a diminuição das agressões e o aumento das frases, sorrisos ou gestos que signifiquem aprovação. Como recompensa entenda-se menos presentes e mais amizade, amor, carinho, compreensão,passeios, cinemas, lanchonetes, televisão, clubes e futebol. Reforce as recompensas, principalmente quando a criança demonstrar competência ( ''Isso mesmo!'',''Ótimo!'',''Legal'', ''Viu como deu certo?'' ) ou sentimentos de valorização pessoal ( '' Você está mais bonito hoje:que roupa bacana!'', ''Você está tão arrumado, vai a alguma festa?'',''Gostei muito do seu amigo Bruno, traga-o para almoçar conosco'', '' A Juliana é uma gata, tenho orgulho de você'').
Os elogios indiretos também dão bons resultados. O pai finge que não sabe que o filho está no quarto e diz à esposa: '' Beth, você viu que o Luis Felipe tirou boas notas em Matemática e Física. Estou felicíssimo'', ''Como o Raul está grande e bonito. Ontem estava elegantíssimo no seu terno novo!'', '' Julinho está homem. Arrumou seu quarto sozinho!''.
Os resultados certamente não serão imediatos. A auto-estima levou algum tempo a ficar lá embaixo e demorará um pouco a se elevar, mas valerá o esforço. Afinal, nem só as crianças se sentem bem elogiadas.
Dois acontecimentos colocaram minha auto-estima nas nuvens. Ao ser homenageado pela população, Leopoldina, meu filho Antônio Carlos, então com oito anos, fez um discurso de saudação e terminou dizendo: '' Papai, somos amigos há oito anos''. O segundo, meu filho caçula, Luis Felipe,dez anos, olha-me firmemente e diz: ''Papai, ,tenho orgulho de você'' . As crianças perguntam, frequentemente: '' Papai, do que você mais gosta em mim?'', a resposta deveria ser sempre: '' Gosto de você meu filho, porque você é você''.
Fonte: O Seu Filho No Dia-a-Dia Vol. 3 - Dr.Antônio M. Junqueira Lisboa
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